Categoria: Banco de Dados

Coleção de notícias sobre zoológicos e direitos animais, no Brasil e no mundo

Zoo é indispensável para progresso de São Paulo, diz Estadão

 

TÍTULO O Jardim Zoologico de São Paulo – A agradavel perspectiva de sua proxima criação – Duas bellas opportunidades – A nomeação de uma commissão
AUTOR Desconhecido
DATA 2 de fevereiro de 1928
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO Acervo Estadão
DESCRIÇÃO

Estadão volta a exprimir seu apoio pela construção de um jardim zoológico na cidade de SP (ausência que é “falha sensível”) e traz ao leitor um resumo da situação para a construção do parque na cidade.

Diz que os proprietários do terreno do Jaraguá estariam dispostos a doar o terreno (de 100 alqueires) para a construção de um zoo no local.

Além disso, que outra possibilidade de construção poderia ser em um terreno no Jabaquara, “onde o Estado possui terras com mata virgem e com cabeceiras de riacho. Segundo o “Estado”, “o ponto é excelente porque próximo da capital e facilmente atingível com o prolongamento da linha de bondes”.

A construção de um zoo permite a respiração de um “pouco de ar puro e sadio” do qual sentem falta os moradores da empoeiradíssima São Paulo.

“Além das vantagens que a criação de um Jardim Zoológico trará para a ciência, oferecendo um centro de pesquisa aos estudiosos não só da zoologia como os da botânica, não devem ser esquecidos os benefícios que resultam do facto de poderem os nossos filhos terem, a poucos passos da cidade, contato com a natureza bruta em sua liberdade e selvageria primitiva”. Os parques existentes em São Paulo hoje, diz o editorial, não possuem os atrativos para a “intensa curiosidade da infância de hoje”.

A presença de um zoo, diz o último parágrafo, é “indispensável” ao progresso de São Paulo.

 

Para colunista, distância do Jaraguá pode deixar zoo de São Paulo “às moscas”

 

TÍTULO Pela Cidade
AUTOR Urbano
DATA 16 de julho de 1927
LOCAL São Paulo
FONTE Diário Nacional
REPOSITÓRIO Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional
DESCRIÇÃO Para colunista, ainda que seja positiva a iniciativa para a construção de um zoológico municipal em São Paulo no Jaraguá, o local escolhido é longe e por isso poderá ficar “às moscas” com o tempo.

 

Spencer Vampré defende construção do zoológico de São Paulo no Jaraguá

 

TÍTULO Camara Municipal – Discurso sobre o aproveitamento do sítio Jaraguá para um Jardim Zoológico (…)
AUTOR Desconhecido
DATA 17 de julho de 1927
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO Acervo Estadão
DESCRIÇÃO Spencer Vampré realiza um discurso na Câmara dos Vereadores de SP em defesa da construção de um zoológico no Jaraguá, como recomendou a comissão técnica da qual fazia parte Franco da Rocha. Ele diz que chega a ser desnecessário listar as vantagens científicas, sociais e os motivos de atração de um zoo na cidade.
Ele deixa mais clara uma ligação presente também em outros textos. A construção de um zoo no Jaraguá é uma forma de preservação da mata do Jaraguá, que vem sofrendo com a expansão urbana.

Prefeitura de SP cria comissão para escolha de local de zoo municipal

TÍTULO Jardim Zoologico
AUTOR Franco da Rocha
DATA 13 de julho de 1927
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO Acervo Estadão
DESCRIÇÃO

Franco da Rocha noticia a nomeação de uma comissão pela Prefeitura de SP para decidir o local de construção do zoológico municipal.

Franco da Rocha diz que a ideia de construção de um zoo no Jaraguá recebeu a aprovação entusiasta do Sr. Hagenbeck (proprietário do “grande” Jd. Zoológico de Hamburgo), que visitou a cidade e ficou impressionado com as qualidades do Jaraguá para esse fim –o terreno já tem tudo: água, mata, locais acidentados para a construção de ‘habitats’.

Comissão técnica defende criação de zoo de São Paulo no Jaraguá

TÍTULO Jardim Zoologico – Parecer sobre o local em que deve ser feito esse logradouro públicom apresentado pela comissão nomeada pelo Sr. Prefeito municipal – a comissão opinou pela escolha da fazenda Jaraguá
AUTOR Desconhecido
DATA 12 de julho de 1927
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO Acervo Estadão
DESCRIÇÃO

Parecer da Comissão técnica sobre a criação de um zoológico em São Paulo. É defendido que a obra aconteça no Jaraguá.

Devido a baixa qualidade da reprodução, não é possível recuperar todos os argumentos contidos no texto. No entanto, provavelmente, estão listadas razões que já haviam sido explicitadas por colunas de Franco da Rocha no Estadão: topografia variada (para criação de diversos ‘ambientes’), abundância de água, preço módico dos terrenos, alcance do transporte público, mata preservada. Mais uma vez, o nome do alemão Hagenbeck volta como fiador da ideia de construção de um zoo no Jaraguá.
A questão do dinheiro, do benefício econômico, será colocado outras vezes em pauta e parece ter papel importante. Por exemplo, no regimento do recém-criado club zoológico do Brasil (que aconteceria em 1932), está o estímulo à proteção da fauna brasileira, “desde que isso não colida com o interesse da economia geral”)

Cresce popularidade de Zoológico do Agenor, zoo amador na Vila Guilherme

 

TÍTULO Zoologico do Agenor, uma distração que o público não conhece
AUTOR Henrique Matteucci
DATA 19 de fevereiro de 1951
LOCAL São Paulo
FONTE Folha da Noite
REPOSITÓRIO Acervo Folha
DESCRIÇÃO Reportagem sobre o zoo amador de Agenor Gomes na Vila Guilherme entrevista proprietário.

 

Transcrição da reportagem após consulta no acervo físico:

‘ZOOLOGICO DO AGENOR’, UMA DISTRAÇÃO QUE O PÚBLICO NÃO CONHECE

Leões, camelos, ursos e centenas de outros animais num pitoresco parque de Vila Guilherme. O orgulho do camelo e a educação da chimpanzé. Aberto ao público

Texto de Henrique Matteucci

Fotos de Amilcar Bagnatori

São Paulo não é uma cidade sem divertimentos. Os cinemas podem não corresponder ao grande numero de assistentes e os teatros são realmente tão caros como se fossem tabelados pela C.E.P…Mas e os passeios publicos? E o Horto Florestal com sua vegetação abundante e exotica, a sombra e a agua fresca dos seus lagos? E Interlagos, com suas praias e seus bosques? E o ZOOLOGICO DO AGENOR?

Ah! O Zoologico do Agenor!

São Paulo tem mais de dois milhões de habitantes, mas provavelmente apenas umas vinte mil pessoas sabem da existência de um Jardim Zoologico nesta cidade, que só perde, em tamanho e variedade de bichos, para o magnifíco Zoo da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. É o segundo ou o terceiro do Brasil, embora o grande público não saiba disso nem o governo.

ABERTO AO PUBLICO

O Zôo é propriedade do sr. Agenor Gomes, que o mantem há oito anos, embora somente há quatro meses tenha aberto suas portas ao publico. Pouca gente sabe de sua existencia, como dissemos, mas sua popularidade está crescendo dia a dia , tanto assim que já existe até uma linha de ônibus (que felizmente não pertence à C.M.T.C.), saindo do largo da Concordia e com ponto final a sua porta. 

– “Aos sábados e domingos” – diz Agenor – quando abro o jardim ao publico, os onibus descarregam dezenas e dezenas de pessoas, que vêm conhecer meus bichos. Previno, porem, que não o faço com espirito comercial, pois a baixa arrecadação não paga sequer a comida das aves. Além disso, todos os meus amigos sabem que há muitos anos me dedico à zoologia, por pura recreação.

A BICHARADA

O Zoologico do Agenor tem de tudo, desde o simples e popular papagaio brasileiro e o mais feroz leão africano, até o mais raro faisão dourado da China. A reportagem das FOLHAS, que esteve em visita ao pitoresco parque de Vila Guilherme, pôde ver aves e bichos raríssimos: logo á entrada, solts sobre a grama, uma arara do Amazonas, com tantas cores nas penas que até fazia lembrar uma porta de tinturaria. Mais adiante, em gaiolas, jaulas ou pequenos pastos, um pavão da Índia, um cacatu da Austrália, um chimpanzé da África, um casal de leões também da África, ursos da Russia e Arabia, bufalos dos E.U.A., lobos europeus, uma rarissima arara azul do Amazonas, papagaios africanos e nacionais, lagartos, macacos japoneses e brasileiros, antas e um infinidade de outros bichos, que só vendo mesmo…

Junto com o feroz antilope India (que por várias vezes investiu contra a cerca de arame farpado do pasto, doido para chifrar os que o espiavam), vive uma vaca mestiça, dessas comuns que se podem ver em qualquer pasto. Mas essa é uma aberração, pois do cangote caem-lhe duas patinhas de uns trinta centimetros de comprimento. 

Os animais de maior atração para o publico são os leões, ursos, os camelos e uma chimpanzé da Africa, sem contar, naturalmente, as avez multicoloridas, que podem encher de alegria a vida da garotada. Os ursos, todos pardos, tanto os da Russia como os da Arabia, são bastante mansos (embora não se deva arriscar muito) e apanham da mão, com toda delicadeza, o pão que o Agenor lhes dá para agradá-los. Os lobos são ferozes e traiçoeiros e os camelos, contrariando as lendas que os descrevem humildes, são orgulhosos e mal educados.

“CHITA”, A AMOROSA

Ainda não tinhamos visto a chimpanze e não esperávamos que fosse tão instruída como se mostrou depois. Para começar, chamou nossa atenção batendo palmas e depois exigiu um beijo do Agenor. Gomes explicou-nos que tem obrigação de beijá-la duas vezes por dia, pois do contrário ela recusa-se a comer. “Chita” -esse é o seu nome- fumou, comeu no prato e limpou o chão da jaula com um saco de estopa, tudo a titulo de demonstração para os visitantes. Agenor disse-nos que ela sabe até guiar carro e que só não fica solta porque tem um péssimo costume: abrir a jaula dos leões.

Quando nos retiramos, “Chita” quis mais um beijo e protestou com grandes alaridos porque o Agenor negou-o.

MUITO CARA A ARTE

Agenor Gomes ama seus animais como se fossem todos filhos. Em todas as jaulas e ao lado das gaiolas teve o cuidado de escrever frases pedindo aos visitantes que não os maltratem. 

– “Um leão é naturalmente muito feroz – disse ele – mas se não está com fome não ataca, a não ser que o maltratem. Alem disso, todos os bichos, até o leão, têm muito medo dos homens. É preciso tratá-los com carinho. Quem não pensa assim, não deve se aproximar deles.”

Por alto, Agenor esclareceu-nos sobre os gastos que tem com o seu Zoologico. O total mensal é de quase sessenta mil cruzeiros. Estão incluídos salários de dez empregados (cinco trabalham de noite), alimentação etc. Os carnívoros consomem mais de 30 quilos de carne por dia. Só os leões, quatro quilos cada.

Nesses gastos, não estão incluídos os preços dos bichos. Os camelos que chegaram há três meses no vapor holandês “Tanabi”, custaram 200 mil cruzeiros. Todas as feras custaram muito caro, mas muito mais caro que todas vai custar um casal de ursos polares que Agenor encomendou de um amigo explorador.

– E pretende continuar com o Zoo? – perguntamos

– “Sim – respondeu-nos o grande amigo dos animais – sinto-me feliz entre os bichos, muito mais do que entre os homens.”

Zoo amador na Vila Guilherme supera coleção de animais do Jardim de Aclimação

 

TÍTULO Um Jardim Zoológico completo em Vila Guilherme
AUTOR Hermillo G. Pacheco
DATA 16 de fevereiro de 1946
LOCAL São Paulo
FONTE Folha da Noite
REPOSITÓRIO Acervo Folha
DESCRIÇÃO

Primeira menção encontrada sobre o zoológico amador de propriedade de Agenor Gomes, na Vila Maria.

Transcrição da reportagem após consulta em acervo físico:

UM “JARDIM ZOOLOGICO” COMPLETO EM VILA GUILHERME

Curiosa descoberta da “Folha da Noite” – Grande Variedade de Exemplares – Um macaco japonês, de olhos amendoados e um galo de chifre, do mesmo país – Um símio africano, avaliado em mais de 150 mil cruzeiros, que não se apoia pela cauda e possui unhas e dedos iguais aos do homem – Confronto entre o Zoo particular e o que resta do antigo Jardim da Aclimação

Texto de Hermillo G. Pacheco

Fotos de Sergio Linn

Em meio ao ambiente de intensa agitação, em que assuntos dos mais palpitantes, como a onda de greves que, cada vez mais, se alastra; como a questão entre a Justiça e a Polícia e como a situação política, por demais em efervescência, em meio a tal ambiente – repetimos – de total confusão, não há repórter capaz de satisfazer as exigências de um Secretario de jornal. Numa situação, como a que atravessamos no momento, em que o jornalista se vê à braços com uma série de problemas a analisar e compreender, mesmo quando os fatos não se aplicam com clareza e os próprios homens já não demonstram absoluta compreensão das coisas , dominados por paixões as mais diversas, com a maior naturalidade dêste mundo se exige que o repórter focalize todos os assuntos que agitam a opinião pública com o mais absoluto rigor e imparcialidade. “Quero êste assunto deslindado, como deve ser. Nada de “lero-lero”. Traga-me os fatos concretos, positivos”. E o pobre do reporter que se arranje como puder e não volte ao jornal de mãos abanando.

PROCURANDO ENTENDER OS BICHOS

E não sendo sempre possível entender os homens, rodávamos de carro, acompanhados do fotógrafo, por aía fora, quando, ao acaso, deparamos o Jardim da Aclimação. Revolvemos visitá-lo, com o propósito de arejar a mente. De repente, um pensamento nos assaltou. Se procurássemos escrever qualquer coisa sobre os bichos?…Pelo telefone, o Secretário responde: “Vá lá, que seja.” Mais tranquilos, passamos a visitar o antigo “Jardim da Aclimação”. Antigos, dissemos, porque em tempos idos, ali era, de fato, um jardim de grandes dimensões, bem tratado, tendo ao centro imenso lago, onde pequenos barcos constituíam a delícia dos visitantes. Um parque de diversões, com balanços e outros divertimentos, era a principal atração das crianças. Hoje, porém, o que ali se vê, é verdadeiramente desolador. O terreno, sem qualquer trato e completamente abandonado, não mais lembra o antigo parque. O lago secou de todo. As crianças, umas poucas crianças que ali ainda aparecem de quando em quando, à falta de balanços, brincam sobre galhos de árvores caídas.

O JARDIM ZOOLOGICO

Ao tempo em que o parque pertencia ao Sr. Carlos Botelho, havia ali um “Jardim Zoológico”, contendo uma variedade interessante de animais, entre os quais se destacavam um leão, uma leôa, uma onça e um camelo, que morreram de velhos. Há 6 anos, o Parque foi vendido à PRefeitura Municipal por dois milhões e oitocentos mil cruzeiros. Daí por diante é que começa a decadência do parque e do Jardim Zoologico. Sem qualquer trato e renovação dos animais, cuja maioria foi morrendo, somente alguns poucos exemplares restam. Entre êstes, está um casal de ursos árticos, cuja fêmea está para dar cria. Ambos estão mal alojados e ressentem-se de trato adequado. Nas mesmas condições se encontram quatro gaviões, sendo três da raça ‘cará’, alguns macacos, um cachorro do mato, dois quatis, quatro suriamas, dois jacarés, sendo um pequeno; um porco do mato, um jaburú brasileiro, um pelicano estrangeiro, um lagarto e dois mutuns. Em matéria de animais, o maior número é o de jumentos soltos no parque. O trato dos exemplares está confiado a um único zelador. Três guardas, que se revezam em períodos de sete horas de trabalho, são os únicos funcionários existentes . Mal pagos, limitam-se a evitar que os animais sejam importunados pela molecada da redondeza e que casais desabusados penetrem no parque.

UM “JARDIM ZOOLÓGICO”

Deixamos já o antigo parque, que tão mal impressão nos causara, quando, a saída, encontramos um cidadão, que nos informou da existência de um outro “Jardim Zoológico”, de propriedade de um amador, o Sr. Agenor Gomes, situado em Vila Guilherme. Para lá nos dirigimos e, numa imponente chácara, muito bem tratado, tivemos ensejo de conhecer o referido Zoo. Constrastando com o da Aclimação, o do Sr. Agemnor Gomes é um primor. As instalações, amplas e arejadas, submetidas a um regime rigoroso de higiene, comportam grande variedade de animais, desde os mais raros. Acompanhados pelo próprio dono, percorremos todo o parque. Dos exemplares ali expostos, destacamos os seguintes: 

4 tucanos nacionais de três variedades; 1 ararita do Norte; 2 papagaios do Amazonas; 1 periquito amarelo espécie muito rara; 2 papagaios baianos; numerosos periquitos, compreendendo 16 variedades do Norte; 1 periquito japonês e 1 papagaio da mesma nacionalidade de olhos amendoados, não tendo nariz e de cor verde e de encontros vermelhos, azuis e pretos, verdadeira preciosidade. Um cacatu branco de tope azul da Austrália; 2 araras “Canindé”, do Brasil; 2 araras “Una”, e uma “Ipiranga”, de cores vermelha, amarela, azul, verde e rosa, também verdadeira raridade; 2 araras espanholas, igualmente de cores variadas, do Brasil; faisões “King-neck” da China, “Prateado” e “Nepal” preto, do mesmo país; 1 casal de angolas brancas da África, um galo de chifres do Japão, outra raridade; 1 casal de jacus e outro de jacu-mirim; 1 casal de socó-boi; 1 casal de pavões indianos; 1 casal de mutuns do Mato Grosso; 1 casal de jacarés com filhotes, 1 casal de lagartos; 1 de tartarugas; 1 casal de urubu-rei do Brasil, muito raro.

OUTROS ANIMAIS

Encontramos também casais de capivaras, ratos do banhado, porcos caetetus, tatus, cervo “Nobre Alemão”, veado da Índia, da Asia e “Catingueiro” ema, ou avestrus do Brasil, uma imponente zebra, da Africa, cutãs, da Asia Ocidental, que são pequenos burricos de meio metro de altura; casal de ursos americanos pretos e 1 urso ártico; e um casal de jaguatirica, do Brasil; 1 suçuarana de meses, ainda sem dentes, de Mato Grosso, mais conhecido como onça puma; 1 lindo macaco africano, espécie muito rara, pelo qual o sr. Agenor já recebeu a oferta da Europa de mais de 150 mil cruzeiros. O referido animal, cujo pelo é de uma variedade esquisita de cores, possue ainda a particularidade de não se apoiar na enorme cauda, e tem unhas e dedos exatamente iguais ao do homem. Vimos, também, 1 macaco preto, chamado “guatá-aranha”; 1 casal de macacos africanos; 2 cachorros do mato, o conhecido “chacal”; casais de gato do mato, macaco-prego e do Amazonas, bem como guati de várias cores e uma criação de gambás. Como vemos, a lista é enorme. Além de bem tratados, os animais recebem constante assistência veterinária. 

POR AMADORISMO

Pelo que nos informou, o Sr. Agenor Gomes mantém o referido parque por amadorismo, ou melhor, para sua satisfação pessoal. Mensalmente emprega cerca de 10 mil cruzeiros para a manutenção dos bichos, cujo valor total é estimado em mais de um milhão e duzentos mil crueiros. Alguns dos exemplares que possuía foram emprestados ao Jardim Zoológico do Rio, que até agora ainda não os devolveu.

Adiantou-nos ainda, que se Prefeitura concedesse, êle estaria disposto a adquirir os animais que se encontram na Aclimação, a fim de dar-lhes melhor tratamento.