Categoria: Banco de Dados

Coleção de notícias sobre zoológicos e direitos animais, no Brasil e no mundo

SP deveria rezar missa por não ter zoo nem jogo do bicho, defende Coelho Neto

 

TÍTULO Mala do Rio [nota presente na coluna] 
AUTOR

Coelho Neto

DATA  25 de março de 1895
LOCAL Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 
FONTE Correio Paulistano 
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

 

DESCRIÇÃO

Coluna de opinião discorre sobre os efeitos causados na cidade do Rio de Janeiro pelo jogo do bicho, quase todos da ordem de desequilíbrio na dinâmica entre as classes sociais.

Além disso, menciona-se o “barão” sem expor o seu nome. 

Abaixo, grifos meus:

 

“São Paulo não tem um jardim zoológico… é caso para os paulistas mandarem rezar missas em ação de graças, porque podem contar com os criados e com os gêneros para o almoço. Nós, fluminenses, andamos pagando culpas e poules.

O nosso cozinheiro, preocupado com a bicharia, queima o assado, salga a sopa e, em vez de deitar cebolas no guizado, deita-lhe talas de canella e cravo do Ceylão levando a cebola para a baba de moça e tudo isso por causa do gallo ou da cobra.

A lavadeira troca-nos as camizas, obriga-nos a usar collarinhos hirtos (…), as vezes por um simples sonho que a traz preocupada – o elefante, o marreco ou outro bicho qualquer. E há conflitos nos bondes por causa do coelho, cabeças quebradas por causa do urso, arranhaduras por causa do gato.

Vivemos como no tempo em que os animais dominavam e o barão [de Drumond] empanturra-se de dinheiro e o vício cresce escandalosamente porque até feiticeiros andam a rezar a Santo Onofre para que o santos lhes diga, em segredo, qual é o bicho que dá.

A polícia descobriu uma casa de tolerância onde adeptos faziam preces, seduzindo fetiches para que lhes desses bons palpites – os taes fetoches, ao que parece, melindrados pro serem confundidos com tavolageiros guiaram um delegado à capela dos crentes e o trunfo saiu às avessas à pobre gente. Até senhoras conspícuas atiram-se aos bichos, mães de família exemplares, avós veneradas, tias solteironas jogam todas com fúria, esgotando os mealheiros e fazendo minguar o almoço para que sobre um carneiro para o burro.

É uma febre de animalidade que apavora. E as autoridades, impassíveis, deixam correr o jogo à revelia para que o povo não morra de tédio nesta boa terra de tristeza e de sol”

 

Prefeito do Rio de Janeiro aciona polícia, que manda intimar Barão de Drumond para pôr fim ao jogo do bicho no zoo

As notas foram reunidas em uma mesma entrada por se tratar dos desdobramentos de um mesmo assunto. 

 

TÍTULO  Capital Federal [nota da coluna]
AUTOR Desconhecido 
DATA  18 de abril de 1895
LOCAL Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 
FONTE Correio Paulistano 
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO Jornal publica ofício enviado por prefeito Furquin Werneck ao chefe de polícia do Rio de Janeiro sobre o jogo do bicho no zoológico do Barão de Drumond . Interessante perceber como, embora o jogo seja alvo constante de críticas (“prejuízo para todas as classes sociaes, tornando-se verdadeira calamidade e vergonha publica”), o proprietário do local é sempre poupado e não tem seu nome exposto ao escrutínio público. 

 

 

TÍTULO  Capital Federal [nota da coluna]
AUTOR Desconhecido 
DATA  20 de abril de 1895
LOCAL Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 
FONTE Correio Paulistano 
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO  Jornal publica resposta do chefe de polícia do Rio de Janeiro ao prefeito Furquim Werneck. No documento, ele diz que proprietário do zoo será intimado de modo a pôr fim ao jogo do bicho na cidade. 

Conselho Municipal do RJ autoriza projeto que prevê fim do jogo do bicho

 

TÍTULO  Capital Federal [nota da coluna]
AUTOR  Desconhecido
DATA  3 de abril de 1895
LOCAL Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 
FONTE  Correio Paulistano
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO  Conselho municipal do Rio de Janeiro aprova projeto que autoriza o prefeito Furquim Werneck de Almeida a rescindir o contrato feito com o barão de Drumond para a conservação do zoológico, a fim de pôr um fim no “escandaloso” jogo do bicho. 

 

Membros do Conselho Municipal do RJ criticam imoralidade do jogo do bicho e apresentam projeto contra iniciativa

As notas foram reunidas em uma mesma entrada por se tratar dos desdobramentos de um mesmo assunto. 

 

TÍTULO  Telegrammas [nota da coluna]
AUTOR  Desconhecido
DATA 28 de março de 1895 
LOCAL  Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
FONTE  Correio Paulistano
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

 

DESCRIÇÃO  “Os senhores Julio do Carmo e Sá Freire, do Conselho Municipal [do Rio de Janeiro], atacaram hoje o jogo dos bichos do Jardim Zoologico. Sá Freire vai neste sentido apresentar um projeto de repressão contra similhante immoralidade.”

 

 

TÍTULO  Capital Federal [nota da coluna]
AUTOR  Desconhecido
DATA 31 de março de 1895
LOCAL  Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
FONTE  Correio Paulistano
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO É apresentado ao Conselho Municipal do Rio de Janeiro um projeto prevendo a rescisão do contrato que permitiu o jogo do bicho no zoológico do Barão de Drumond. 

 

Estadão cobra construção de zoo nos jardins do Museu do Estado, em SP

 

TÍTULO  O Museu do Estado
AUTOR Desconhecido – aparentemente posição editorial do próprio Estadão
DATA  12 de fevereiro de 1895
LOCAL São Paulo, São Paulo 
FONTE O Estado de S.Paulo 
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

O “O Estado de S. Paulo” lembra que, na lei (n. 192., de 26 de agosto de 1893)
que criou o Museu do Estado (hoje Museu Paulista, mais conhecido como o Museu do Ipiranga), estava prevista a construção de um jardim zoológico quando chegasse o momento oportuno.
Assim, o jornal cobra o Congresso do Estado de São Paulo para que a obra seja feita, justificando: “Consignada e votada essa verba depois dos necessarios e faceis estudos preliminares, e executando esse artigo da lei, o bairro do Ypiranga ficará sendo o mais interessante de S.Paulo, e nossa capital aumentará com ele o seu brilho de cidade moderna e a sua importância de capital rica”.
Ou seja, o valor simbólico da capital, sua relevância e sua demonstração de modernidade passava também pela existência de um jardim zoológico.

 

Vale também ressaltar a crítica feroz ao quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, no artigo. “[F]alsíssimo o tom geral do quadro”, diz.  

 

Jornal publica balanço de 1893 de Jardim de Aclimação, em SP

 

TÍTULO Companhia Jardim de Acclimação Zoologico e Botanico de São Paulo – Relatório N.3
AUTOR Directoria da Companhia Jardim de Acclimação Zoologico e Botanico de S.Paulo
DATA  8 de agosto de 1894
LOCAL  São Paulo, São Paulo
FONTE  Correio Paulistano
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

 

DESCRIÇÃO Balanço do ano de 1893 do Jardim de Aclimação, de Carlos José Botelho e outros acionistas. Dá-se a saber que a o empreendimento ainda não gera lucro aos acionistas e que “a renda actual provém da venda urbana de leite, porém, mais tarde, esta poderá ser augmentada com a venda de animaes, de aves, de productos de horticultura, pecicultura, arboricultura, floricultura etc.”. Não é feita nenhuma menção à exposição de animais no local. 

 

NYT defende fim do uso de animais para treinamento médico pelo Pentágono

  TÍTULO  Ban Animal Use in Military Medical Training AUTOR  Editorial do NYT DATA  25 de junho de 2016 LOCAL  Estados Unidos FONTE  The New York Times REPOSITÓRIO DESCRIÇÃO  Editorial do NYT recapitula o debate sobre o uso de animais vivos para  treinamento médico nas Forças Armadas americanas. Os apelos pelo banimento da prática ganharam apoio político nos últimos meses, e…

Artigo do NYT explica significado de produção de ovos ‘cage-free’

  TÍTULO  Eggs That Clear the Cages, but Maybe Not the Conscience AUTOR  David Gelles DATA  16 de julho de 2016 LOCAL  Estados Unidos FONTE The New York Times REPOSITÓRIO http://www.nytimes.com/2016/07/17/business/eggs-that-clear-the-cages-but-maybe-not-the-conscience.html DESCRIÇÃO  Artigo do NYT destrincha o significado dos ovos ‘cage-free’. Embora de fato exista uma melhora em relação ao confinamento extremo, as condições ainda estão longe do ideal e…

Duas pessoas morrem após ataques de animais em zoos da China e do Marrocos

Duas pessoas morreram nas últimas semanas devido a ataques de animais em zoológicos da China e do Marrocos. 

Uma mulher morreu no Badaling Wildlife World, perto de Pequim (China), tentando resgatar a filha que havia sido atacada por um tigre durante um safari.  

vídeo de uma câmera de segurança mostra a jovem deixando o carro, sem motivo aparente, e contornando o veículo até outra janela. Neste momento, um tigre chega por trás e a arrasta. Sua mãe e seu marido correm para tentar resgatá-la e saem do quadro da filmagem. Segundo o parque, a jovem sobreviveu, mas ficou gravemente ferida, e sua mãe morreu após ter sido atacada por um segundo tigre. 

Em reportagem, a revista “National Geographic” não poupou críticas. Segundo a publicação, a morte poderia ter sido prevenida, demonstrando alguns dos diversos problemas em torno de parques de exibição de animais. Além disso, a publicação recorda que muitos locais que mantém animais cativos não possuem fins reais de conservação e servem, muitas vezes, para abastecer o mercado negro.  

Não é a primeira vez que ocorre mortes do local, segundo o “The New York Times”. Em março, um funcionário foi morto por um elefante. E um segurança que também saiu de seu veículo de patrulha foi morto por um tigre em 2014.

Ainda não está claro o que ocorrerá com os tigres envolvidos no episódio, que ocorreu em 23 de julho.

A segunda morte ocorreu em 26 de julho no zoológico de Rabat, capital do Marrocos, depois que uma elefanta jogou uma pedra de seu recinto e acertou uma criança de sete anos na cabeça.

A elefanta, que divide seu recinto com outros dois animais, estava há mais de dez metros de distância, e um fosso e uma cerca de madeira o separava dos visitantes. 

A BBC Phyllis Lee, diretor-científicos do Amboseli Trust for Elephants, disse ser improvável que o animal tenha mirado a menina intencionalmente. Segundo ele, elefantes costumam jogar pedras e troncos quando estão frustrados ou entediados e que o comportamento de um animal em cativeiro é “imprevisível”.

TÍTULO

 Fatal Tiger Mauling Shows What’s Wrong With Animal Parks

Girl dies after elephant throws stone in Morocco zoo

AUTOR

 Brian Clark Howard

DATA

25 de julho de 2016 

28 de julho de 2016

LOCAL

Badaling Wildlife World (China)

Zoológico de Rabat (Marrocos)

FONTE  National Geographic
REPOSITÓRIO

http://news.nationalgeographic.com/2016/07/fatal-tiger-mauling-china-zoo-badaling-wildlife-world/

http://www.bbc.com/news/world-africa-36914884

 

Nova Zelândia planeja exterminar espécies invasoras até 2050

A Nova Zelândia anunciou no dia 25 de julho que pretende eliminar todas as espécies invasoras que hoje vivem no país até 2050. Ratos, gambás e furões são os maiores alvos da iniciativa, que visa a preservação das espécies nativas neozelandesas e o fim dos vetores de algumas doenças na pecuária. 

O plano foi apresentado em comunicado do primeiro-ministro John Key. Ele argumentou que espécies invasoras matam até 25 milhões de pássaros nativos todos os anos na Nova Zelândia.

O extermínio de animais será feito por meio de uma joint venture chamada Predator Free New Zeland, que receberá fundos do governo e de investidores privados. A Nova Zelândia já gasta cerca de US$ 50 milhões de anos com pesticidas e armadilhas para este mesmo fim.

Gambá e rato atacam ninho na Nova Zelândia

Gambá e rato atacam ninho na Nova Zelândia. Imagem retirada do site http://www.doc.govt.nz/nature/pests-and-threats/animal-pests/animal-pests-a-z/possums/

A revista “Wired” lembrou, com bom humor, que a maior espécie invasiva da Nova Zelândia são os seres humanos. Eles, naturalmente, serão poupados.

A iniciativa provavelmente encontrará resistência de alguns moradores. Primeiro, porque muitas das formas de extermínio (como o uso de venenos) também atingem espécies nativas; segundo, pois muitos animais invasores contam com a simpatia das pessoas.

Os gatos ferais, por exemplo, respondem por grande parte das mortes de animais nativos, mas seu extermínio costuma ser malvisto. O governo já disse que gatos domésticos, desde que fiquem dentro de casa e só passeiem de coleira, serão poupados.

Abaixo, o comunicado publicado pelo governo neozelandês na íntegra:

New Zealand to be Predator Free by 2050

Prime Minister John Key has today announced the Government has adopted the goal of New Zealand becoming Predator Free by 2050.

“While once the greatest threat to our native wildlife was poaching and deforestation it is now introduced predators,” Mr Key says.

“Rats, possums and stoats kill 25 million of our native birds every year, and prey on other native species such as lizards and, along with the rest of our environment, we must do more to protect them.”

Mr Key says these introduced pests also threaten our economy and primary sector, with their total economic cost estimated at around $3.3 billion a year.

“That’s why we have adopted this goal. Our ambition is that by 2050 every single part of New Zealand will be completely free of rats, stoats and possums.

“This is the most ambitious conservation project attempted anywhere in the world, but we believe if we all work together as a country we can achieve it.”

The Government will lead the effort, by investing an initial $28 million in a new joint venture company called Predator Free New Zealand Limited to drive the programme alongside the private sector.

This funding is on top of the $60 to $80 million already invested in pest control by the government every year and the millions more contributed by local government and the private sector.

Predator Free New Zealand Limited will be responsible for identifying large, high value predator control projects and attracting co-investors to boost their scale and success.

The Government will look to provide funding on a one for two basis – that is for every $2 that local councils and the private sector put in, the Government will contribute another dollar.

“This ambitious project is the latest step in the National-led Government’s commitment to protecting our environment.

“We are committed to its sustainable management and our track record speaks for itself.

“This includes the decision to establish the world’s largest fully protected ocean sanctuary in the Kermadecs, better protection in our territorial sea and our efforts to improve the quality of our fresh waterways.

“We know the goal we have announced today is ambitious but we are ambitious for New Zealand.

“And we know we can do it because we have shown time and again what can be achieved when New Zealanders come together with the ambition, willpower and wherewithal to make things happen.”

 

TÍTULO  New Zealand Vows to Wipe Out Rats and Other Invasive Predators by 2050
AUTOR  Austin Ramzy
DATA  25 de julho
LOCAL  Nova Zelândia
FONTE  The New York Times
REPOSITÓRIO http://www.nytimes.com/2016/07/26/world/australia/new-zealand-animal-predators.html