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Filho de Carl Hagenbeck visita o Rio de Janeiro e zoológico local

 

TÍTULO  Hospede Illustre
AUTOR  Desconhecido
DATA  13 de agosto de 1909
LOCAL  Rio de Janeiro
FONTE  Correio Paulistano
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO

Em rápida passagem pelo Rio de Janeiro, Lorenz Hagenbeck, filho de Carl Hagenbeck, visitou a então capital brasileira e o zoológico local.
Ali, fez alguns elogios inflados ao zoo (“o mais bello do mundo”), mostrou que o bem-estar dos animais comercializados pela sua empresa ficava em segundo plano (ao ter vendido ao Rio anos antes um casal de ursos brancos que julgava que nunca iriam resistir ao clima) e demonstrou um interesse aparentemente falso pelo mandril (disse que trocaria por um bom casal de leões, quando se sabe que esses eram dos animais mais baratos do comércio de animais — tal contradição, no entanto, não foi notada pela reportagem):

 

“Em sua visita ao Jardim Zoologico, o sr. Hegenbeck manifestou franca admiração pela belleza do local, classificando-o o mais bello do mundo. Em sua opinião, o Jardim Zoologico supllanta o de Ceylão, que é, topographicamente, o mais lindo do mundo.(…) Admirou-se das boas condições em que encontrou os ursos brancos, que, quando vieram, ha cerca de dois annon, de sua casa, julgava impossivel resistirem ao clima do Rio. (…) Não acreditava que o nosso Jardim possuisse o grande Mandril, porque, ha muito tempo, nao tem tido, em Hamburgo, o Mandril sinão pequeno. “Daria de bom gosto um casal de meus melhores leões, mas sei que o Jardim não faria essa troca”.

 

Prefeito de São Paulo promulga lei sobre construção, uso e gozo de zoo no município

 

TÍTULO  Prefeitura Municipal, Secretaria Geral, Expediente do dia 4 de junho de 1909, Lei N. 1216 de 4 de junho de 1909
AUTOR  Texto legislativo
DATA  5 de junho de 1909
LOCAL  São Paulo
FONTE  Correio Paulistano
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO

 Antonio da Silva Prado, prefeito da cidade de São Paulo, promulga lei [número 1.216 de 4 de junho de 1909] que dispõe sobre a “construcção, uso e gozo de um Jardim Zoologico neste município” e que já prevê a isenção de impostos municipais para tal empreendimento.
As condições estabelecidas no artigo 4 também demonstram as expectativas em relação a um zoo  em São Paulo. Este deveria ter um restaurante asseado, não consentir com jogos ilícitos (provável referência ao jogo do bicho no Rio de Janeiro), ter a entrada franca para alunos das escolas municipais, entregar seus animais mortos (já conservados, leia-se empalhados) ao Museu do Estado, trabalhar para manter e aumentar a coleção de animais, bem alimentar seus animais, submeter à aprovação do poder público o tipo e a segurança das jaulas e dos depósitos de animais, assim como suas condições higiênicas e estéticas. 

Esta lei somente foi revogada em 12 de dezembro de 2005, pelo então prefeito José Serra.

 

Mercador de animais Carl Hagenbeck presenteia zoo do Rio de Janeiro com ursos japoneses, marrecos e macacos

 

TÍTULO  Ursos japonezes
AUTOR  Desconhecido
DATA  11 de junho de 1909
LOCAL  Rio de Janeiro
FONTE  Commercio de São Paulo
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO  Mercador de animais Carl Hagenbeck (que mais tarde ficará conhecido como o criador do “zoológico moderno” e cujo nome é grafado aqui como Karl Hageubeck) teria doado para o zoológico do Rio de Janeiro “um precioso casal de ursos japonezes [depois identificados como ursos torquatus, nomenclatura que caiu em desuso e foi substituída por ursus thibetanus], 8 marrecos mandarins e 8 macacos Anabis, Hamadryas e Babunios). Em troca, receberia de presente uma águia de luxo (Spizaetus ornatus), “originária do Amazonas” e sobre a qual soube a partir de uma fotografia que lhe foi enviada. Interessante pensar nesta troca de fotografias de animais entre zoológicos, tal como um álbum de figurinhas.
Os animais doados por Hagenbeck são vistos pela reportagem como uma “dádiva de alto valor”, “de grande raridade”, “de extraordinaria sensibilidade climaterica e obedecem a um regimen alimentar especialíssímo” — ou seja, têm seu caráter exótico sublinhado. A doação de tais animais teria se dado após Hagenbeck observar “com grande admiração” a adaptação de ursos brancos ao clima do Rio de Janeiro, o que demonstraria que “no Jardim Zoologico do Rio não se poupam esforços para a sua conservação”. 

 

 

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