DESCRIÇÃO |
Apenas identificado como relacionado ao Departamento de Cultura, Nuto Sant’anna escreve um artigo de opinião defendendo a construção de um zoológico na cidade e também fazendo um pequeno levantamento histórico das instituições que tiveram cunho similar no país.
Volta a colocar como argumento que outras grandes cidades já possuem um zoológico e que ele é importante para que os animais possam ser conhecidos após sua extinção pelos caçadores de devastadores de matas. É um argumento similar ao utilizado muitas vezes na história da antropologia para o estudo de populações indígenas. Segundo essa linha de pensamento, é preciso estudar as populações aborígenes antes que elas sejam “aculturadas”. No campo da antropologia, essa visão já caiu por terra, já que as culturas são dinâmicas, não estáticas.
Sant’Anna cita o valor recreativo, educativo e patriótico do zoológico.
Entre os jardins zoológicos que faz menção estão: * O Zoo do Rio de Janeiro (Barão Drumond) – já em estado desolado. Segundo Sant’Anna, os animais não sofrem lá de nostalgia de liberdade, mas de nostalgia dos tempos glórios do zoo * O Jardim Botânico de São Paulo, Jardim da Luz, que contava com animais herbívoros somente – uma ema que comia moedas (!) dadas pelos visitantes, macacos que depois, sob ordem da Prefeitura foram para lugar “menos público” * O Jardim da Aclimação em São Paulo – que também está abandonado, com cubículos inadequados e anti higiênicos para os animais (urso e onça esquálidos) * Granja Julieta, do “capitalista Manuel Caetano de Almeida”, que está em bom estado e que por pouco não foi vendido para a prefeitura (não foi, segundo o artigo, porque alguns bradaram que a cidade precisava de outras coisas -como hospitais-, não zoológicos.
Menciona também que em 1896 Eugênio Ferreira entrou em contato com a Prefeitura de SP para a construção de um zoo municipal. Ele buscava trazer para a cidade o jogo do bicho. O pedido lhe foi negado. |