DESCRIÇÃO |
Texto de duas colunas no canto superior esquerdo da página, portanto, lugar de destaque, defendendo a construção de um zoológico na cidade de São Paulo. É assinado por Franco da Rocha, médico psiquiatra.
A falta de um jardim zoológico se dá, segundo o texto, na medida em que “não sobram” na cidade lugares de “diversões inocentes” e de “passatempo instrutivo”.
Entre os argumentos a favor da construção, está a crença de que haveria particulares interessados na construção e um público disposto a pagar ingresso para a manutenção do espaço. Além disso, para Franco da Rocha, a fauna do país está sendo destruída por caçadores e pelo Estado (que tentam combater o problema apenas criando leis que não são cumpridas). Em outra coluna, Franco da Rocha já criticava o desmatamento de áreas da cidade e clamava pela criação de uma sociedade/um grupo que defendesse a conservação das florestas. A construção de um zoo cumpriria a necessidade de reunir as espécies que em breve deveriam entrar em extinção no país, portanto.
Entre os argumentos contra (que, na opinião do texto, é contornável) está a “maldita praga” do jogo do bicho.
Franco da Rocha fala da humilhação: “Não deixa de ser um pouquinho humilhante a ausência de um Jardim Zoológica na terra dos bandeirantes – no Estado em cujo estandarte se inscreveu o lema heráldico: “Non ducor, duco” [“Não Sou Conduzido, Conduzo”].
Um zoológico em SP deveria ser, segundo a coluna, feito talvez sem o uso de grades (que enferrujam, enfeiando o espaço e colocando os visitantes em risco), como acontece no Rio de Janeiro –experiência essa que parece ter tido lugar em Sidney: “Os modernos Jardins Zoológicos guardam suas feras em áreas fechadas por fossos de feitios especial, bem estudado, que os animais não podem em caso algum saltar e transpor, de modo que essas prisões disfarçadas dão ao visitante a impressão de que os animais estão soltos, como vivem no seu habitat natural”
Importante notar que o autor usa o termo “prisão” para se referir à condição animal no zoo e deixa claro que o animal não se sente livre em ambientes que simulam o habitat natural dos animais, mas, sim, que os visitante têm essa impressão.
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