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Zoos têm função recreativa, de estudo e patriótica, diz Nuto Sant’Anna

TÍTULO Jardins Zoologicos
AUTOR Nuto Sant’Anna
DATA 31 de janeiro de 1940
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO Acervo Estadão 
DESCRIÇÃO Apenas identificado como relacionado ao Departamento de Cultura, Nuto Sant’anna escreve um artigo de opinião defendendo a construção de um  zoológico na cidade e também fazendo um pequeno levantamento histórico das instituições que tiveram cunho similar no país.

Volta a colocar como argumento que outras grandes cidades já possuem um zoológico e que ele é importante para que os animais possam ser conhecidos após sua extinção pelos caçadores de devastadores de matas. É um argumento similar ao utilizado muitas vezes na história da antropologia para o estudo de populações indígenas. Segundo essa linha de pensamento, é preciso estudar as populações aborígenes antes que elas sejam “aculturadas”. No campo da antropologia, essa visão já caiu por terra, já que as culturas são dinâmicas, não estáticas.

Sant’Anna cita o valor recreativo, educativo e patriótico do zoológico.

Entre os jardins zoológicos que faz menção estão:
* O Zoo do Rio de Janeiro (Barão Drumond) – já em estado desolado. Segundo Sant’Anna, os animais não sofrem lá de nostalgia de liberdade, mas de nostalgia dos tempos glórios do zoo
* O Jardim Botânico de São Paulo, Jardim da Luz, que contava com animais herbívoros somente – uma ema que comia moedas (!) dadas pelos visitantes, macacos que depois, sob ordem da Prefeitura foram para lugar “menos público”
* O Jardim da Aclimação em São Paulo – que também está abandonado, com cubículos inadequados e anti higiênicos para os animais (urso e onça esquálidos)
* Granja Julieta, do “capitalista Manuel Caetano de Almeida”, que está em bom estado e que por pouco não foi vendido para a prefeitura (não foi, segundo o artigo, porque alguns bradaram que a cidade precisava de outras coisas -como hospitais-, não zoológicos.

Menciona também que em 1896 Eugênio Ferreira entrou em contato com a Prefeitura de SP para a construção de um zoo municipal. Ele buscava trazer para a cidade o jogo do bicho. O pedido lhe foi negado.

 

Jardim zoológico é inaugurado em Porto Alegre

 

TÍTULO

 Rio Grande do Sul, Jardim Zoológico

A venda do Jardim Zoológico

AUTOR  Desconhecido
DATA

 30 de maio de 1912

19 de novembro de 1915

LOCAL  Porto Alegre
FONTE  O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

Reportagem elogiosa comenta a inauguração de jardim zoológico em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e lamenta implicitamente a falta de um zoo em São Paulo (“se organizou alli cousa util e não um simulacro como geralmente se faz por ahi”)
O zoo ocupava uma área chamada Villa Diamela e possuía, entre seus animais, leões, lobos, um puma, um urso da Sibéria, macacos papiões, animais brasileiros e, curiosamente, “três gatos Angora” e “ratos brancos”.

Poucos anos depois, em novembro de 1915, o zoológico é colocado à venda e oferecido ao Estado por seu proprietário, o coronel Ganzo Fernandes.

 

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Grande Circo Zoológico Norte-Americano se apresenta em São Paulo sob direção de Rob McPherson

 

TÍTULO  Polytheama
AUTOR  Desconhecido
DATA  6 de fevereiro de 1910
LOCAL  São Paulo
FONTE  O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO
Programação detalhada do Grande Circo Zoológico Norte-Americano, que esteve na cidade de São Paulo durante 1910 com “50 animaes ferozes” e 10 domadores sob a direção do norte-americano Rob Mac Pherson (provavelmente Robert McPherson). Entre os animais amestrados, estão cachorros, ursos, hienas, leões e um cabrito.

 

Mercador de animais Carl Hagenbeck presenteia zoo do Rio de Janeiro com ursos japoneses, marrecos e macacos

 

TÍTULO  Ursos japonezes
AUTOR  Desconhecido
DATA  11 de junho de 1909
LOCAL  Rio de Janeiro
FONTE  Commercio de São Paulo
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO  Mercador de animais Carl Hagenbeck (que mais tarde ficará conhecido como o criador do “zoológico moderno” e cujo nome é grafado aqui como Karl Hageubeck) teria doado para o zoológico do Rio de Janeiro “um precioso casal de ursos japonezes [depois identificados como ursos torquatus, nomenclatura que caiu em desuso e foi substituída por ursus thibetanus], 8 marrecos mandarins e 8 macacos Anabis, Hamadryas e Babunios). Em troca, receberia de presente uma águia de luxo (Spizaetus ornatus), “originária do Amazonas” e sobre a qual soube a partir de uma fotografia que lhe foi enviada. Interessante pensar nesta troca de fotografias de animais entre zoológicos, tal como um álbum de figurinhas.
Os animais doados por Hagenbeck são vistos pela reportagem como uma “dádiva de alto valor”, “de grande raridade”, “de extraordinaria sensibilidade climaterica e obedecem a um regimen alimentar especialíssímo” — ou seja, têm seu caráter exótico sublinhado. A doação de tais animais teria se dado após Hagenbeck observar “com grande admiração” a adaptação de ursos brancos ao clima do Rio de Janeiro, o que demonstraria que “no Jardim Zoologico do Rio não se poupam esforços para a sua conservação”. 

 

 

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Grande Circo Zoológico Europeu chega a São Paulo e se apresenta no Largo da Concórdia

Três entradas foram reunidas por se tratarem de um mesmo tema

 

TÍTULO  Grande Circo Zoologico Europeu
AUTOR Propaganda 
DATA 14 de março de 1895 
LOCAL  São Paulo [Largo da Concórdia, no Brás], São Paulo
FONTE  Correio Paulistano
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

 

DESCRIÇÃO

Propaganda do Grande Circo Zoologico Europeu, sob direção de Affonso Spinelli, destaca a presença de “linda collecção de animaes ferozes”, entre os quais “um enorme leão, uma onça, um urso, seis cachorros amestrados, seis cavallos e um cavallo asiatico, verdadeira novidade por não ter pello”.
Ou seja, dá-se ênfase à ferocidade dos animais, assim como seu caráter curioso (para o caso de animais domésticos como cavalos e cachorros).

Adiante, também é dado destaque a “instrumentos [musicais] differentes e exquisitos” de outras nacionalidades. 

 

 

TÍTULO Circo Zoologico Europeu
AUTOR Desconhecido
DATA 22 de março 1895
LOCAL  São Paulo [Largo da Concórdia, no Brás], São Paulo
FONTE  Correio Paulistano
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO

 

Jornal classifica Grande Circo Zoologico Europeu como “companhia de cavallinhos” e indica espetáculo ao público. No entanto, o maior elogio não é à apresentação de animais, mas ao espetáculo musical dos três bemóis. 

 

 

TÍTULO Circo Zoologico
AUTOR Desconhecido
DATA 14 de março 1895
LOCAL  São Paulo [Largo da Concórdia, no Brás], São Paulo
FONTE  O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO Sem mencionar o nome do circo, jornal faz breve nota sobre a “companhia equestra e gymnastica” presente no Largo da Concórdia, com “uma boa colleção de animaes ferozes”.

Circo traz hiena e urso para centro de São Paulo

 

TÍTULO Grande Circo Equestre, Gymnastico, Acrobatico e Zoologico
AUTOR desconhecido
DATA  28 de junho de 1881
LOCAL Largo de S.Bento, São Paulo, São Paulo
FONTE  jornal “Correio Paulistano”
REPOSITÓRIO  Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional
DESCRIÇÃO Circo de propriedade de Hilario Luiz de Almeida traz para São Paulo espetáculo com “urso ensinado”, “cavallos”, “dois macacos (…) bem domesticados” e “hiena (…) animal indomável”, segundo propaganda

 

Ursos brancos brigam e viram ‘espetáculo’ em zoo na Alemanha

 

TÍTULO  Espectaculo nunca visto
AUTOR desconhecido
DATA  24 de abril 1877
LOCAL  Jardim Zoológico de Colônia (Alemanha)
FONTE  jornal “Diário de S.Paulo”
REPOSITÓRIO  Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional
DESCRIÇÃO Com detalhes, jornal narra briga entre dois ursos no zoológico de Colônia, Alemanha, em que um deles morreu:

Um espectaculo que é raras vezes dado ao homem contemplar, espectaculo pelo qual mais de um imperador romano teria certamente dado uma fortuna, foi visto ultimamente por uma multidão numerosa no Jardim Zoologico de Colonia.
Dous ursos brancos do mar Glacial, animais celebres por sua ferocidade, bateram-se no seu fosso, e um delles succumbiu depois de um combate furioso. Estes dous ursos tinham sido transportados de Spitzberg [ilha norueguessa] ha cinco anos; havião-nos [sic] alojado em fossos quadrados, ladrilhados e forrados de pedra, no meio dos quais se acham grandes pias, constantemente cheias de água.
A conducta destes carnívoros fôra excellente até os ultimos dias, em que uma violenta rixa rebentou de repente. A femea refugiou-se no cume de um rochedo, atraz de uma das bacias; o macho não tentou perseguil-a [sic]; ali esteve ela acocorada durante três dias, até o momento em que, apertada pela fome, decidiu-se a descer.
Logo que o macho a viu approximar-se, soltou um rugido de envolta com um medonho ranger de dentes; depois, enfurecendo-se, precipita-se sobre ella e começa a despedaçal-a com as garras dianteiras.
Uma luta terrível se travou; mas a femea ficou dentro em pouco por baixo.
Avisou-se o pessoal do Jardim Zoológico, que acudiu o mais depressa possível, depois de se ter munido de compridas trancas de ferro; mas foi impossível separar os combatentes.
Sabe-se que os ursos brancos dos mares polares, que são de uma força prodigiosa, têm os ossos da cabeça muitos mais duros que os ursos da terra; por mais pancadas que lhe derão não puderão atordoar o macho, que, cahindo sobre a femea, lhe arrancou os olhos e a esmagou, por assim dizer, da cabeça até as garras; depois arrastou-a até o fundo de uma pia, onde a segurou debaixo da água até que se certificasse de que ella não dava já signal de vida. Retirou-a então, e pôs-se a passear com o cadáver em redor do fosso. Finalmente, ao cabo de uma hora, cansado pela luta e pelas feridas que recebêra, foi deitar-se na sua cama, que os guardas fechárão immediatamente, deixando cahir as grades de ferro.
Tendo sido examinada a fera morta, pôde-se ver as feridas terríveis que fazem com os dentes e com as garras estes ferozes animais carnívoros. As carnes da femea cahião aos pedaços: o pescoço e mesmo a cabeça estavão quasi esmigalhados; o resto do corpo tinha mais de 100 feridas. É de notar que durante todo o tempo que durou o combate, estes ursos brancos não soltavão nem um grito, nem um murmurio estranho que fazem ouvir os ursos pardos quando se batem.