Jornalista defende construção de zoológico em São Paulo como ponto de divertimento

TÍTULO Coisas da Cidade – Jardim Zoológico
AUTOR Plínio Barreto
DATA 20 de fevereiro de 1923
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

Autor da coluna “Coisas da Cidade”, Plínio Barreto volta a defender a construção de um zoológico na cidade de São Paulo. Segundo ele, a empreitada se justificaria pelo tamanho de São Paulo, já uma metrópole de 600 mil habitantes, e a necessidade de divertimentos para a população. Segundo ele, junto com o zoo, poderia também ser feito um Jardim Botânico, há que, se “as feras atraem muitos curiosos, as plantas não interessam senão a uma pequena parte do público.”

COISAS DA CIDADE
JARDIM ZOOLOGICO
Por que não se funda, em S.Paulo, um jardim zoológico?
É esta pergunta que me fazem, com frequência, vários correspondentes, os quaes sempre se estendem em considerações, mais ou menos razoáveis, para justificar a necessidaade de um estabelecimento desses nesta capital.
Mas haveria mesmo quem precise ainda de novos argumentos para se convencer da utilidade e necessidade de um jardim zoológico em s.Paulo?
A nossa capital: -não há mal nenhum em repetir-se isso- já é uma grande metrópole, com 600.000 habitantes . Ora, para essa população enorme, que tende a crescer enormemente dentro de algumas dezenas de annos, quaes os divertimentos que se contam aqui?
Pouquíssimos. Fôra as partidas de futebol, os cinemas, os espectaculos nos theatros, o publico que sae de casa aos domingos, só tem para se espairecer e divertir o jardim da Luz e os outros parques, em nenhum dos quaes existem divertimentos verdadeiramente attrahentes. No jardim da Luz e no jardim de Acclimação ainda se encontram alguns animaes interessantes, que, apesar de serem sempre os mesmos e pouquissimos e estarem por isso muito vistos e revistos, attraem grande concorrencia de curiosos diante das suas grades. Já isto esta mostrando quanto seria concorrido um jardim zoológico que aqui se fundasse, e que todos os dias se fosse enriquecendo de novos exemplares da nossa fauna. Podia-se estabelecer, no próprio jardim zoologico, um jardim botanico de que temos também muita necessidade. E o publico lucraria assim duplamente, conhecendo a um tempo a nossa fauna interessantissima e a nossa riquissima flora. Quer-nos parecer que a única maneira de se fazer um jardim botanico é assim, ao lado de um jardim zoologico, a não ser que não se faça questão de ver, naquele, grande concorrencia do povo. Porque a verdade é que, se as fêras ttraem muitos curiosos, as plantas não interessam senão a uma pequena parte do publico. Aquelle que estuda a botanica ou se interessa pela flora.
Que se fundasse, porém, o jardim zoológico, com os melhores elementos existentes em S.Paulo, sobretudo com alguns particulares que decerto não recusariam vender as suas colecções ao municipio; o Jardim Botanico viria depois. E a população teria um excellente ponto de divertimento, vendo animaes de que se tem notícia so pelos livros, e os estrangeiros poderiam admirar a riqueza incrível da nossa fauna.
Assinado por P.

Inspirado em curta-metragem sobre zoo de Nova York, cronista defende construção de zoológico em São Paulo

TÍTULO Coisas da Cidade – Um Jardim Zoologico
AUTOR Plínio Barreto – autoria identificada a partir de artigo da pesquisadora Santiago de Andrade. O autor só de identifica no recorte pela letra “P”.
DATA 24 de julho de 1920
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

Jornalista Plínio Barreto, cronista e autor da coluna Coisas da Cidade, apoia abertamente a construção de um Jardim Zoológico na cidade de São Paulo.

A ideia veio a partir de um curta-metragem (de dez ou quinze minutos), exibido no Cinema Central, sobre o Jardim zoológico de Nova York.

Diante daquelas cenas e figuras que tanto interessavam e divertiam o público do Central, a pergunta de muita gente foi esta:
– Por que não se faz em São Paulo um Jardim Zoológico?
Sim: porque não se havia de firmar aqui um jardim desses, onde aos poucos fossemos reunindo os exemplares mais interessantes da nossa fauna? – Em todas as grandes cidades, onde existe um jardim zoológico, é esse um dos pontos mais visitados pelo povo, que sempre encontra ali o que ver e comentar, e pelos estrangeiros, que esperam ver exemplares nunca vistos nos seus países.

A reportagem diz que no Brasil não existe um só Jardim Zoológico, sem fazer nenhuma menção ao do Rio de Janeiro. Diz também que, sobre a “utilidade e vantagem de um jardim zoologico numa grande cidade brasileira como São Paulo (…) não já duas opiniões”, sem apresentar argumentos.

Coleção de feras do Circo Zoológico Norte-Americano faz sucesso em São Paulo

TÍTULO Jardim Zoologico
AUTOR Desconhecido
DATA 9 de agosto de 1919
LOCAL São Paulo
FONTE Correio Paulistano
REPOSITÓRIO

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

DESCRIÇÃO

Mais uma resenha elogiosa da passagem do Circo Zoológico Norte-Americano, de Anthony Lowande, por São Paulo (várzea do Carmo).

Segundo o jornalista, a coleção de animais trazida por Lowande “é a mais completa e ao mesmo tempo a mais numerosa que tem vindo a São Paulo. A denonimação de jardim zoologico tem toda a razão de ser, porquanto ali não faltam os animaes de classes e familias mais diversas da fauna africana, asiatica e americana”.

Circo zoológico norte-americano de Anthony Lowande faz sucesso de público em São Paulo

TÍTULO Jardim Zoológico
AUTOR Desconhecido
DATA 19 de agosto de 1919
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

Durante todo o mês de agosto (nos dias 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 20, 22,  24, 25, 26, 27, 28  ) é noticiado o sucesso de público do circo zoológico norte-americano, de propriedade de Anthony Lowande.

No dia 8, também é publicado um apanhado da programação, que repete algumas informações dada no mês anterior (e complementa dizendo que o circo foi montado numa área de 10 mil metros de terreno). No dia 10 de agosto, há uma breve menção falando que o circo também realiza uma “exposição de feras”.

Interessante notar que as notícias sobre as apresentações do circo zoológico estavam na mesma retranca, ou seja, reunidas sob o mesmo título, de espetáculos teatrais e de cinema:  “Palcos e Circos”.

No dia 19 de agosto, é dada uma opinião sobre espetáculo que acontecia na cidade, assim como informações mais detalhadas sobre a programação.

Entre os animais da “exposição zoológica”, considerada “um espetáculo e dos mais instrutivos”, estavam elegantes, tigres, hienas, camelos, macacos e cabras.

Em outubro de 1919, o mesmo circo seria montado na esquina da avenida Duque de Caxias com a alameda Barão de Limeira, no centro de São Paulo.

Circo contrata trabalhadores em São Paulo para montagem de lona

 

TÍTULO 40 trabalhadores / Jardim Zoologico / Aviso Importante
AUTOR Desconhecido (classificado)
DATA 16 de julho de 1919
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO Em classificado, circo de Anthony Lowande (sendo representado por Francisco Peyres) busca trabalhadores e fornecedores de comida para a instalação da lona no centro da cidade de São Paulo.

 

Circo com “pirâmide de animais” chega a São Paulo

 

TÍTULO Jardim Zoologico Norte-Americano
AUTOR Desconhecido
DATA 12 de julho de 1919
LOCAL São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

Notícia anuncia vinda de circo para São Paulo de propriedade de Anthony Lowande (representado no Brasil por Francisco Peyres), com 120 funcionários e 180 animais “amestrados” e “raros”.

O circo ficaria instalado na Varzea do Carmo, ao lado da Estação da Cantareira.

Segundo a notícia, o circo chega à capital após uma temporada de três meses de Buenos Aires, onde seus espetáculos foram vistos por cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Entre as “novidades” está a pirâmide de animais (feita numa jaula de 15 metros), por elefantes, leões, tigres, ursos, panteras, cabras e cachorros alemães (“todos eles trabalhando em comum sob as ordens do respectivo domador”).

Vale notar como não existe distinção na notícia dos termos zoológico e circo. A presença de animais parece transformar automaticamente o circo em um zoológico.


O nome de Francisco Peyres aparece nas buscas como um empresário brasileiro ligado a espetáculos públicos. Em 1921, por exemplo, ele tentou derrubar a legislação que proibia touradas na cidade, sem sucesso.

Já Anthony [ou Tony] Lowande (ao que tudo indica, filho de Martinho Lowande, brasileiro), era um artista de circo especializado na monta de cavalos.

 

Leão foge de zoológico de Porto Alegre, leva tiro de raspão e é recapturado a laço

 

TÍTULO Leão em Liberdade
AUTOR Desconhecido
DATA 24 de março de 1919
LOCAL Porto Alegre
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

Leão africano foge de jaula em zoológico de Porto Alegre e depois é recapturado a laço. Apesar de o jornal reportar a tranquilidade do animal, o leão levou um tiro de raspão de um particular que ficou assustado.

“Com um rapido movimento, o leão abriu-as [as portas], pondo-se em liberdade. Logo que se achou no parque do Jardim, a fera sahiu a caminhar lentamente pelos passeios.”

 

Jacaré do zoológico do Rio de Janeiro bota 20 ovos

 

TÍTULO Jardim Zoologico
AUTOR Desconhecido
DATA 24 de fevereiro de 1919
LOCAL Rio de Janeiro
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

“Uma femea de Jacaré, na sexta-feira, às 15 horas e 40 minutos, surprehendeu os visitantes e o pessoal do Jardim Zoologico do Rio, com uma postura de 20 ovos; tudo isso realisado no espaço de 40 minuts.

Estes 20 ovos, regulando o tamanho de um ovo commum de gallinha, de formato mais ligeramente alongado, de cor branca com tonalidade azulada, poderão ser apreciados pelo público, durante uns cinco a seis dias, depois serão aproveitados na incubadora, que consiste em um caixão cheio de vegetaes cuja fermentação produz o calor necessário para a germinação dos jacarézinhos.

Ha precisamente 10 annos, neste Jardim Zoologico, foi conseguida a producção de 16 jacarés pelo processo acima referido; isso destroe a lenda de que a jacaré choca os ovos com os olhos.”

 

Leitor denuncia maus-tratos a animais no Bosque da Saúde

 

TÍTULO Queixas e Reclamações
AUTOR Desconhecido
DATA 26 de março de 1918
LOCAL Bosque da Saúde, São Paulo
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

Carta do leitor na seção “Queixas e Reclamações” denuncia as péssimas condições do jardim zoológico do Bosque da Saúde, com animais passando fome e em situação de penúria: “Quanta miséria se vê ali, diz o missivista, com referencia aos pobres animaes! Mortos de fome, pessimamente alojados, e nas gaiolas uma agua transformada em outro liquido, verde e viscoso, que até não tem classificação.”

Chimpanzé definha “por amor” após morte de companheiro

 

TÍTULO A Que Morreu de Amor
AUTOR Ilegível
DATA 4 de setembro de 1917
LOCAL Desconhecido
FONTE O Estado de S.Paulo
REPOSITÓRIO

Acervo Estadão

DESCRIÇÃO

Crônica de autoria desconhecida, já que a assinatura está ilegível.

O texto conta a história de um homem que, percebendo a tristeza do seu chimpanzé de estimação (“que vivia em uma sociedade que não era sua e falava uma língua estrangeira”), resolveu adquirir uma chimpanzé fêmea para lhe fazer companhia (“como o Senhor criou Eva para distrair Adão”). Após três meses de felicidade (“conquanto improductiva”), o chimpanzé morre de pneumonia, sendo seguido, duas horas depois, por sua companheira, que sucumbe aparentemente de desgosto.

A partir desse ponto, o autor começa a discutir se comportamento semelhante poderia ser observado entre seres humanos.

Para aquele que escreve, a demonstração de sensibilidade é mais exacerbada em classes inferiores seguida por raças inferiores e animais, como em uma linha evolutiva. No entanto, a demonstração da sensibilidade não pode ser confundida com a presença de mais ou menos sensibilidade, mas sim do controle de sua expressão:

“As manifestações de sensibilidade são mais demonstrativas nas classes inferiores e menos educadas, e essa demonstratividade cresce nas raças inferiores e finalmente nos animaies; o que não quer dizer que a sensibilidade real seja em proporção com a energia das manifestações. Uma camponesa faz alarido quando o filho parte para sentar praça na mais octaviana daspazes. Quando sucesso uma desgraça numa casa de gente humilde, as vizinhas todas fazem alarido individual e coletivo. Nada disto denota sensibilidade. É apenas falta de educação. A educação consiste em dominar os momentos reflexos, e é nos casos extremos substituída pela policia e pelas posturas municipais.”

O autor procura médicos para perguntar sobre a possibilidade de uma mulher morrer de tristeza pela morte de seu marido, como ocorreu com a chimpanzé. Porém, eles desconhecem casos semelhantes em humanos.

O autor então conclui dizendo que aquele era um caso legítimo de morte por amor e que, talvez, isso se dê também ao fato de que maridos chimpanzés tratam melhor suas esposas que os humanos, inspirando assim, maior paixão.

O último parágrafo, que conclui o texto, não é possível ler.

 

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